François Baucher



Nascido em Versailles, viveu entre 1796 - 1873 com 14 anos vai para Itália trabalhar com o seu tio, tendo por isso tido também um relacionamento com o mestre equitador Italiano Mazzuchelli.

Regressa a França, Versailles com a idade de 18 anos, em 1820, trabalha no Havre como cavaleiro e professor de equitação, também passa a ser mestre do picadeiro em Rouen.

Em 1833, publica o livro Dictionnaire raisonné d'équitation.
Em 1834 abre em Paris o picadeiro, Pellier e publica igualmente nesse ano a obra « Dialogues sur l'équitation » e uma outra obra em 1837, « Résumé complet des principes d'équitation ».

Alguns anos mais tarde, para impor o seu método, ele entra para o circo com os seus cavalos : Partisan, Buridan, Neptune e Capitaine, foi um sucesso e toda a gente começa a considerar Baucher como um professor de equitação.

Em 1840 publica, « Les passe-temps equestre », em 1842, ele formula a base do seu método, defendendo um dos seus princípios « é necessário destruir as forças instintivas e substituí-las pelas forças transmitidas » sendo assim, ele entende que deve ser feita a destruição no cavalo da possibilidade de ele resistir, actuando através de uma intervenção sobre o sistema muscular do cavalo e flexibilização parcial, como sejam as flexões isoladas de todas as partes do corpo, tanto a pé como montando a cavalo, resultando deste princípio, acabar com esse tipo de resistências.

Em 1842 publica, « Méthode d'équitation » que foi um êxito, mas foi esta obra que veio dividir os cavaleiros da época em duas partes, os adeptos de Baucher e os adeptos do comandante d'Aure.

Resumindo em poucas palavras, este método vai ter como principal objectivo a decomposição do cavalo, isto traduz-se pela ajuda de um tempo de mãos com vibrações, juntamente com o encerramento do cavalo nas pernas do cavaleiro, juntando os ataques das esporas e da vara, impondo assim um equilíbrio artificial onde o cavaleiro “ não leva nada com as mãos, mas leva o cavalo com as pernas ” ( General L’Hotte ).

“ O cavalo flexionado, colocado, ligeiro e suportando os ataques, concentrado na ajuda do efeito conjunto prolongado, em que todas as forças do animal se situam entre as pernas do cavaleiro, tendo todas as forças transmissíveis à sua disposição, conseguindo por isso regular o jogo à sua vontade ” foi esta uma das formulas que fez a sua reputação.

Foi em 1842 que foi feita a tentativa de experimentação do seu método no exército, por várias razões, entre elas mais razões políticas do que técnicas, foi por isso um insucesso a tentativa de utilização do seu método no exército.
A grande parte dos discípulos de Baucher, que eram numerosos, obtiveram resultados inegáveis com o seu método, aqueles que já tinham um certo nome e reconhecimento afastaram-se dos seus métodos.

Em 1843, esteve em Saumur, no entanto o comandante d'Aure afasta as suas ideias, desanimado abandona a França e viaja pela Alemanha, Áustria e Itália, regressando a França anos mais tarde, teve um acidente em 1855, que o vai privar de uma grande parte dos seus recursos físicos, Baucher começa então a utilizar uma segunda maneira, os objectivos e os princípios continuam os mesmos, os meios evoluem para uma maior delicadeza e utilização mais reduzida das forças do cavaleiro :

• Elevação do pescoço pela sustentação dos punhos, que descontraem a mandíbula, provocando ao mesmo tempo o “ ramener ”, com transporte do peso para trás.

• Mãos sem pernas e pernas sem mãos.

• Apoio progressivo das pernas e das esporas.

• Decomposição da força e do movimento (paragem e descontracção em resistência).

• Procura da ligeireza nas pernas e nas mãos.

• Estabelecer a ligeireza, pelas meios paragens e pelas vibrações.


Resumindo, ele preconizava “ a posse completa das forças do cavalo, para assim o cavaleiro poder ter à sua disposição e à sua vontade qualquer jogo que queira praticar com essas forças ” flexões da mandíbula, da nuca e das extremidades, tudo com uma grande impulsão, sempre dentro de uma procura da liberdade total.

A inspiração da sua segunda maneira apareceu quando ele declarou:
«Vejam um cavalo correndo na pastagem, que suavidade e que ligeireza no movimento!».

No entanto jamais o mestre esteve perto desta sua verdade, ou seja, de encontrar o equilíbrio do cavalo livre, após o seu acidente Baucher deixou de apresentar cavalos em público, sendo este entusiasmo da sua segunda maneira testemunhado por dois dos seus principais alunos:

- O General Faverot de Kerbrech
- O General L'Hotte

É preciso reconhecer que os seus novos meios marcaram um enorme progresso sobre a primeira maneira, no entanto eles não permitem por completo chegar ao objectivo fixado.

Agora não pretende a oposição constante das mãos com as pernas para criar com pressão um equilíbrio artificial, mas situa-se longe dessa concepção, ele pretende o equilíbrio do cavalo pelo próprio cavalo, um cavaleiro com a preocupação de não intervir e de se fazer sentir com uma maior discrição.

A novidade do Baucherismo a sua precisão didáctica e de aparência cientifica, tem por finalidade seduzir o pensamento do século XIX, sendo pela aplicação das ajudas até por vezes violentas e habilidosas, que Baucher vai obter as atitudes pretendidas, montando cavalos na sua maior parte de sangue Inglês, que ele constrói dentro de um equilíbrio artificial, mais adequado a estender o cavalo que a reuni-lo.

As “ Baucherizações ” aplicadas pelo autor eram verdadeiras prisões às quais os cavalos deveriam ceder, de qualquer forma, dentro de todo o arsenal “ Baucherista ” não é possível obter uma encurvação harmoniosa do conjunto, que flexibiliza e leva o cavalo a se equilibrar sozinho.

O “ Baucherismo ” foi incapaz de sobreviver aos seus excessos e às suas contradições, no entanto deixou alguns princípios válidos:

• A utilização progressiva da espora.
• Ausência de oposição entre as mãos e as pernas.
• As flexões a pé nos cavalos contraídos.
• Um “ rassembler ” aplicável aos cavalos rígidos e desequilibrados.
• O balancear da mão que corrige o antemão.



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