Pensamentos




PENSAMENTOS SOBRE EQUITAÇÃO



PENSAMENTOS SOBRE EQUITAÇÃO

- "O verdadeiro paraíso terrestre reside sobre o dorso de um bom cavalo." (Máxima Árabe).

- Andar a cavalo é estar em contacto com um ser cheio de vida e de energia, sensível e delicado, que responde aos nossos mais ligeiros movimentos, quando somos capazes de o compreender.

- A prática da equitação não exige da parte do cavaleiro meios físicos excepcionais, nem a má conformação, nem o temperamento constituem um obstáculo para impedir a sua prática, como ginástica física e mental, tem utilidade manifesta para todos os homens e mulheres, velhos e novos, magros e gordos, altos e baixos.

- A equitação é sem dúvida, uma autêntica arte e não uma ciência exacta, como a matemática, é por isso um verdadeiro absurdo pretender demonstrar por meio de fórmulas algébricas ou de cálculos de mecânica, os problemas equestres.

- O conhecimento da locomoção, das leis da psicologia e da fisiologia animal ajudam muito todos os que se dedicam ao ensino do cavalo ou à sua utilização, mas não pode, por si só, resolver todas as dificuldades equestres.

- É necessário evitar aos novos as indigestões da literatura equestre, há indivíduos que lêem tudo, mesmo o que está fora do seu alcance, a sua falta de prática não lhes permite tirar proveito dessa ciência, de modo que essa literatura lhes é mais prejudicial do que útil.

- Em equitação, os bons princípios, bem como os melhores métodos, não tem valor senão pela forma como são postos em prática.

- Em equitação, muitas vezes as explicações que se dão, são um amontoado de argumentos sem lógica, que ninguém entende, nem mesmo aqueles que as dão, mas que todos fingem compreender.

- Manejar um cavalo é incomparavelmente mais difícil e mais interessante do que guiar um automóvel ou um avião, o cavalo é um ser vivo, dotado de vontade própria, de personalidade e de iniciativa e não uma simples máquina  passiva.

- Em equitação começa-se a saber alguma coisa quando já se é demasiadamente velho para se poder aproveitar ou tirar proveito disso.

- Na arte equestre, nunca se acaba de aprender.


ENSINO E APRENDIZAGEM

- Não é estudando gramática que se aprende a fazer versos como não é lendo tratados de equitação que se aprende a montar a cavalo.

- Qualquer que seja a clareza de uma teoria e a exactidão dos seus princípios o professor não pode dar a todos os seus discípulos a centelha do fogo sagrado levando a aptidão, é a vocação que conduz ao sucesso.

- Na aprendizagem da equitação, o cavalo bem ensinado representa um papel tão importante, senão maior, do que o professor.

- O cavaleiro não está ligado ao cavalo como um centauro, o cavaleiro deve ligar-se aos movimentos do cavalo pelo amortecimento dos seus ângulos articulares, o peso do cavaleiro nunca deve estar em atraso sobre o movimento do cavalo.

- A solidez a cavalo não é mais do que o equilíbrio e a flexibilidade, isto é a boa colocação, habilidade e sangue-frio.

- O bom mestre de equitação possui uma doutrina, segue um método e tem o sentimento das suas possibilidades, sabe o que está a fazer e por que o faz, nas suas exigências emprega tanto a paciência como a firmeza, inspira confiança aos alunos, sabe dar-lhes o gosto do cavalo, evitando com o maior cuidado os acidentes e as causas de indisponibilidade.

- O bom mestre sabe dar um carácter atraente à instrução, rectifica as faltas dos alunos sem aspereza nem com maus modos, a instrução da equitação é mais um recreio do que uma formatura militar, em que o aluno está na posição de sentido, a sua principal preocupação no princípio é evitar as quedas que desmoralizam o principiante.

- O trabalho sem estribos contribui muito para a solidez dos cavaleiros, mas só deve começar a ser empregado, primeiro a passo e depois nos andamentos vivos, depois de os cavaleiros demonstrarem, pela sua atitude, que já não tem medo de cair.

- É conveniente fazer abandonar as rédeas sobre o pescoço com bastante frequência, para que os principiantes não tomem o mau hábito de se servir delas para se aguentarem em cima dos cavalos, as rédeas servem para dirigir o cavalo, não são meios de firmeza.

- A instrução equestre dos jovens, na sua função educativa, não deve ter a pretensão de formar mestres ou académicos, o seu fim é fazer cavaleiros enérgicos e desembaraçados, sendo pela prática da equitação de exterior e pela equitação desportiva que se desempenha a missão educadora de cultivar o desembaraço físico e moral da juventude.




O CAVALEIRO



- O trabalho de picadeiro dá ao cavaleiro mais correcção na sua posição, mais precisão nas suas ajudas e reflexão sobre o emprego das forças do cavalo.

- As esporas nunca devem ter as rosetas afiadas, de forma a poderem ferir os flancos do cavalo e enchê-los de sangue, como fazem alguns dos nossos insensíveis cavaleiros. 

- Os estribos muito curtos, embora dêem fixidez às pernas do cavaleiro, comprometem a sua solidez, em paragens bruscas, corre-se o risco de sair pelas orelhas, os estribos muito compridos comprometem a fixidez das pernas e abrem demasiadamente os ângulos do tornozelo e do joelho, tirando-lhes a elasticidade.

- É sempre preferível pressentir e prevenir as resistências do cavalo do que ter necessidade de as combater, mas isto só é possível ao cavaleiro com tacto apurado obtido à custa duma longa prática no ensino.

- O grande mal das opiniões dos cavaleiros categorizados é eles julgarem que são os únicos detentores da verdade e que os seus métodos e os seus processos são os únicos bons e os outros todos são ignorantes e desajeitados.

- Todos aqueles que praticam uma equitação muito complicada não têm probabilidade de triunfar.

- Há muitos cavaleiros que em cima dos cavalos procedem muito mais irracionalmente do que os seus cavalos.

- A posição do cavaleiro deve ser natural e fácil, isenta de pretensão de dureza e de rigidez, a colocação a cavalo deve ser caracterizada por uma grande flexibilidade geral e pela elástica adaptação aos movimentos do cavalo, a rigidez do cavaleiro só pode causar prejuízos à sua solidez e lesar o próprio cavalo, fatigando-o e ferindo-o.

- Para chegar a ser um verdadeiro cavaleiro ou um autêntico académico é necessário não só ter muita aptidão natural, mas também muito amor ao trabalho e tenacidade, muitos anos de meditação e de observação, sabendo escutar aquilo que nos ensinam os mestres, as pessoas com mais experiência e mais prática do que nós é necessário também não se entusiasmar ou envaidecer com os elogios que nos dirigem os ignorantes ou os sabichões.

 - Na equitação académica, as deslocações do assento são proscritas em todas as circunstâncias, o cavaleiro deve manter-se sempre ligado ao cavalo, as operações das mãos e das pernas devem ser bastante serenas de modo a não serem vistas por quem observa.

- O cavaleiro que se dedica ao ensino do cavalo tem absoluta necessidade de ser firme sem violência, de ser enérgico sem rudeza, de ser paciente e perseverante.

- O homem que ensina cavalos tem necessidade de ser paciente e por vezes proceder com vigor, sem nunca ser brutal, de possuir um grande domínio sobre si próprio, tão comedido nas suas exigências como nas correcções que aplica.

- O tacto equestre é o sentimento seguro do propósito e da medida no emprego das ajudas que se adquire apenas à custa duma grande prática sem ser a estudar nos livros ou nas doutrinas científicas é uma qualidade feita de finura e de percepção das sensações, que revelam tanto o começo das resistências do cavalo como a sua submissão, só o tacto permite pressentir ou adivinhar as resistências e pôr em prática o grande princípio do ensino “ ceder sempre que o cavalo cede ”.

- A melhor qualidade física do cavaleiro é a sua flexibilidade ou descontracção geral, pois só isso lhe pode assegurar uma completa independência das ajudas e lhe dá o tacto necessário para combater as reacções do cavalo.


FACULDADES DO CAVALO



- O cavalo é tímido por natureza, talvez um pouco em consequência por ter má visão.

- O cavalo tem medo de tudo quanto lhe seja desconhecido, o poldro que acompanha a mãe nunca se espanta e passa por todos os pontos por onde passa a mãe sem se espantar.

- Os cavalos árabes, educados junto das famílias, compartilham da sua tenda e das suas crianças, que brincam entre as suas pernas, recebendo dos donos somente carícias e boas palavras, são por isso duma inexcedível mansidão.

- O cavalo não é naturalmente mal intencionado, quando se torna agressivo para o homem é sempre por este o ter tratado com brutalidade e violência desnecessária.

- O cavalo, contrariamente ao homem, não reflecte, pelo contrário procede por associação de sensações recebidas, isto em função da prodigiosa memória de que é dotado.

- Qualquer que seja a raça, o cavalo não está normalmente feito antes de completar 6 anos de idade.

- O cavalo é um animal pacífico, nada voluntarioso, que se engana muito facilmente, se algumas vezes chega a comportar-se como herói é sempre por medo, como alguns homens.


DESBASTE E ENSINO



- Mau humor, azedume, importância, falta de domínio de si próprio torna impossíveis todos os professores no ensino do cavalo.

- Os meios de que pode dispor o cavaleiro para sentir as forças do cavalo são numerosos, daqui resulta que os métodos de ensino são também em grande número, os processos próprios de cada um nos métodos de ensino variam na sua aplicação, segundo o grau de submissão que se pretende atingir e são determinados pelas exigências do serviço ao qual o cavalo se destina.

- O cavalo bem ensinado tem sempre os seus movimentos elásticos e suaves.

- O cavalo bem alimentado desde tenra idade pode ser bem cedo submetido ao trabalho, mesmo antes mesmo de ter adquirido o seu completo desenvolvimento, os músculos do antebraço alargam-se, a articulação do joelho desenvolve-se, o osso da canela torna-se mais denso e mais volumoso, mas é sobretudo o tendão que se alarga e se destaca em notável proporção, o boleto e a quartela tornam-se mais fortes e mais bem articulados, o cavalo que trabalha todos os dias acostuma-se a grandes fadigas, tem os membros mais fortes do que aquele que trabalha levemente, que está abandonado na pastagem ou fechado dentro da cavalariça, a cavalariça mata mais cavalos do que o trabalho, o repouso é a pior condição para a criação de cavalos, os exercícios e a boa alimentação, são o meio de fazer bons cavalos, nunca um cavalo novo trabalha demais, quando o trabalho a que se submete é proporcional às suas forças e ao seu desenvolvimento físico, sempre com uma alimentação conveniente.

- O antemão do cavalo está sempre subordinado ao post-mão, o pescoço não impõe a direcção da mesma forma que o leme não impõe a direcção a um barco parado.

- As ancas do cavalo são o foco da impulsão, ao mesmo tempo que constituem um autêntico leme, que preside as mudanças de direcção, no post-mão reside o foco de todas as resistências importantes, por isso mesmo a submissão das ancas, deve ser pronta e absoluta e deve manifestar-se por uma estrita obediência às pernas do cavaleiro.

- As ancas do cavalo são o foco da impulsão e de muitas resistências que se apresentam ao cavaleiro é pois indispensável podermos com facilidade provocar e regular a impulsão, como alcançar o fácil e completo domínio das ancas, seja qual for o fim a que o cavalo de desporto se destina, passeio, caça, concursos hípicos ou ensino.

- A utilização das pernas do cavaleiro como agente de direcção ou de disposição do corpo impõe-se no princípio do ensino e durante o decorrer deste, mas a substituição progressiva dos efeitos das rédeas aos efeitos das pernas, com este fim deve ser uma preocupação constante do cavaleiro, de modo a que as mãos sirvam para canalizar o esforço impulsivo e as pernas tenham apenas a manutenção ou desenvolvimento da impulsão.

 - O desbaste de um cavalo novo deve ser feito em bridão, por mais suave que seja o freio, pois este castiga sempre muito mais a boca do poldro do que um simples bridão, o bridão é muito melhor para que o animal se habitue ao contacto do ferro na boca e aos movimentos da mão do cavaleiro, para que se encoste, como se diz em linguagem equestre.

- A curvatura do pescoço do cavalo é tanto mais fácil quanto mais baixo este estiver, acontece que quando o pescoço está elevado as saliências ósseas de cada vértebra cervical embatem contra a vértebra seguinte e por isso impedem a encurvação.

- Fazer incidir o peso do corpo sobre o lateral esquerdo, pesando sobre a anca esquerda, favorece as saídas a galope para a direita.

- Todas as combinações de ajudas que retardam o jogo do lateral esquerdo aliviam o lateral direito e acentuam o seu movimento para a frente são por isso próprias para determinar as saídas a galope.

- Diz um velho ditado que as palavras suaves e directas abrandam a ira e a cólera, foi naturalmente por esta razão que Plutarco, o célebre historiador grego, afirmou que os cavalos se governam com o freio a ira e as paixões dos homens se abrandam com as boas palavras.

- Desde que se obtém do cavalo uma prova de obediência, devemos transmitir ao cavalo o nosso contentamento afagando-o e dando-lhe um momento de repouso.

- O ensino de um animal como o cavalo, que é simultaneamente tão vigoroso como pouco inteligente, não constitui uma questão de força, pois é sobretudo um problema de observação de reflexão, paciência e de método.

- É um disparate pretender elevar à força o pescoço e a cabeça do cavalo antes de este ser capaz de fazer avançar os posteriores para debaixo da massa, a elevação correcta do pescoço e cabeça é a capacidade da post-mão suportar o peso do cavalo, o antemão é aligeirado pela post-mão, isto é pelo avanço dos posteriores, a elevação do pescoço deve fazer-se progressivamente no decorrer do ensino, à medida que a post-mão se torna apto a flectir e portanto a esticar e a baixar, não é portanto a elevação do pescoço que se pretende é o abaixamento das ancas que constitui o fim a atingir.

- Não confundir dominar com brutalizar, pode-se dominar um cavalo sem nenhum acto de brutalidade, ao passo que se pode actuar brutalmente sem por isso o dominar.

- Não há cavalos com a boca dura, o que há é cavaleiros com a mão pesada.

- É sempre o absurdo da mão que provoca as resistências ou defesas.

- Com um cavalo que não conhece ainda a acção das pernas, podemos levá-lo para diante com a chibata e com a voz, para forçar o movimento para diante em caso de hesitação e para corrigir uma falta ou uma defesa, é preferível utilizar a chibata que não provoca o efeito irritante da espora.

- Numa certa altura convém utilizar no trabalho de picadeiro quase simultaneamente as rédeas de oposição, especialmente a rédea contrária que equilibra o cavalo sobre o post-mão e facilita a volta atirando a cabeça do cavalo para o lado oposto (gesto natural do cavalo).

- Preceito fundamental do ensino é pedir muitas vezes, contentar-se com pouco, recompensar muito.

- É indispensável dar ao cavalo o refluxo do movimento para a frente, isto é a obediência imediata à acção simultânea das duas pernas, a preocupação do movimento para a frente durante todo o ensino e particularmente no princípio deve ser constante, há necessidade de criar no cavalo o reflexo instantâneo que permitirá a verdadeira impulsão e eliminará o espírito de revolta.

- Se um cavalo pesa na mão, o remédio não é exercer tracção sobre as rédeas mas sim recusar em todos os casos ao cavalo o apoio exagerado que ele solicita, efectuando rupturas de contacto sucessivas.

- Os vícios da boca do cavalo estão sempre nas mãos de quem o monta ou de quem o montou antes.

- Para que o cavalo perceba claramente as indicações ou ordens do cavaleiro e para que este possa sentir o movimento e possa actuar no momento conveniente é indispensável que o cavalo aceite francamente a acção da mão do cavaleiro, isto é que se encoste.

- No ensino do cavalo é indispensável haver uma sábia progressão muito gradual, para atingir sem lutas o fim que se pretende é sempre preferível prevenir as faltas a ter de combatê-las e quando necessário corrigi-las, a correcção deve ser aplicada com peso, conta e medida.


- As lições de picadeiro devem ser de curta duração, o cavalo deve entrar na cavalariça tão alegre como saiu, o trabalho exterior deve, porém, prolongar-se com vantagem para as forças do cavalo e para a sua saúde.




ANDAMENTOS



- Não é possível obter um passo largo sem deixar ao cavalo uma grande liberdade de pescoço, de modo que o possa colocar baixo e estendido permitindo assim ter uma oscilação.

- Para forçar o cavalo a alargar o passo, o cavaleiro deve permitir-lhe uma completa extensão de pescoço.

- Ao passo, o abaixamento do pescoço corresponde à elevação de um músculo anterior a elevação corresponde à elevação de um posterior.

- Descer e subir rampas ásperas a passo é um exercício magnífico para muscular e equilibrar um cavalo novo, nas descidas praticar paragens frequentes e prolongadas, descidas e paragens obrigam o cavalo a entrar fortemente com os curvilhões para debaixo da massa e a aguentar-se com os anteriores sobre o antemão, produzindo um esforço muscular sobre os posteriores.

- Os andamentos verdadeiramente úteis dos bons cavalos de sela são o passo naturalmente largo, o trote curto e o galope corrente, fácil e amplo.

- Os andamentos de escola são os andamentos naturais concentrados, portanto curtos, com acentuada flexão das ancas e sobrecarga do post-mão no equilíbrio sobre as pernas. 

                                                                
EQUILÍBRIO



- Há uma diferença muito grande entre o equilíbrio estático do cavalo parado ou imóvel e o equilíbrio dinâmico do cavalo em movimento.

- O equilíbrio é para o cavalo em movimento o domínio da sua massa, que lhe dá a possibilidade de acelerar ou diminuir o andamento, de fazer uma volta apertada ou larga, dispondo de passadas justas ou óptimas.

- A estabilidade é permanente, o equilíbrio é um estado sem cessar, variável e que não vale senão na medida e para a duração da entrada dos posteriores debaixo da massa, esta entrada dos posteriores é pois o ponto crucial do cavalo em todas as modalidades.

- O equilíbrio do galope é a entrada dos posteriores para debaixo da massa um cavalo com boas espáduas pode ser um bom saltador, mas com curvilhões fracos que não permitam a fácil entrada dos posteriores, nunca o poderá ser.

- O trabalho exterior, sobretudo a passo e a galope e através de terreno acidentado, obrigando o animal a mudanças de equilíbrio contínuas, é uma magnífica escola para muscular e equilibrar um cavalo.

- Quando o cavalo tropeça ou põe uma mão mal posta, é necessário soltar-lhe as rédeas, permitindo que se equilibre com os movimentos do pescoço e não aguenta-lo ou levantá-lo com o emprego das rédeas, pois isto só pode contribuir para que ele caia mais depressa.

- Obrigar o cavalo a trabalhar em bases curtas e em bases compridas é um dos melhores processos para o equilibrar, alongar e aumentar alternadamente e frequentemente os andamentos é a melhor ginástica para conseguir a flexibilidade da coluna vertebral no sentido longitudinal e para o confirmar na obediência às ajudas e cadenciar os andamentos, nos encurtamentos dos andamentos deve-se procurar obter uma diminuição da passada sem diminuir a cadência nem a impulsão, nos alargamentos deve-se procurar o alargamento da passada e não a sua precipitação, a aceleração e o encurtamento dos andamentos devem ser sempre feitos progressivamente e suavemente, sem esticões, com graça e elasticidade.

- O ensino do cavalo tem por objecto principal o restabelecimento das proporções naturais de peso entre a antemão e a post-mão, este resultado não se pode obter senão pela entrada dos posteriores para debaixo da massa e pela elevação da base dos pescoço, duas coisas que jogam ou estão a par.



AJUDAS -  LATERAIS E DIAGONAIS    


- As ajudas diagonais são empregadas momentaneamente para submeter o cavalo e chegar à uma posição direita, as ajudas laterais são a maior parte das vezes ajudas determinantes, as ajudas diagonais mais raramente empregadas e apenas se devem utilizar depois do cavalo começar a concentrar-se, servem para obter efeitos de concentração, as ajudas laterais são ajudas de impulsão as ajudas diagonais são ajudas que mal aplicadas podem extinguir a impulsão sendo por isso necessário ter grande prudência na sua utilização.

- As ajudas laterais, ampliam as ondulações vertebrais naturais, favorecem a propulsão e a tracção dos membros, extensão dos gestos e desenvolvem a amplitude dos andamentos, as ajudas diagonais pelo contrário contrariam as ondulações vertebrais naturais, prejudicam a extensão dos gestos e a propulsão dos andamentos simétricos (passo e trote) prolongam o apoio das diagonais, encurtam os andamentos, colocam o cavalo sobre as pernas, contribuem para a concentração das forças.

- As acções diagonais tem como consequência os efeitos que produzem, pois contrariam a posição direita do corpo do cavalo e portanto não devem ter um emprego habitual, o seu emprego deve ser momentâneo e pode de facto contribuir para chegar à uma posição direita, mas desde que aparece uma resistência é necessário dominá-la, sendo indispensável o emprego da ajuda lateral rédea e perna do mesmo lado.



                                            RECUAR



- Como ginástica, o exercício de recuar é quase tão importante como o exercício da “ espádua a dentro ” no entanto, oferece o perigo de predispor os animais para recuar e ensina-os a defenderem-se quando não é feito com o maior cuidado, durante o desbaste é preferível não o executar senão à mão, montado só deve ser exigido por cavaleiros experientes.

- As vantagens do recuar não resultam do grande número de passos seguidos que se executam em marcha retrógrada, a magnífica ginástica que o recuar representa para o rim do cavalo e para o seu post-mão é dado principalmente pela frequência com que se alterna a marcha retrógrada com o movimento para a frente, reduzindo o número de passos que se dão para trás e para diante.

- O cavalo deve recuar pronto e passar instantaneamente ao movimento para a frente e os seus membros não devem arrastar-se.

- O recuar por pequenos passos precipitados indica acuamento e apresenta dificuldades no retomar do movimento para a frente.

- O recuar mal executado traz quase sempre como consequência colocar o cavalo atrás da mão e predispô-lo para se defender, se no recuar o cavalo não se mostra sempre pronto a ir para diante à acção das pernas, está no melhor caminho para se defender.

- O recuar correcto constitui um dos meios mais eficazes para o desenvolvimento da flexibilidade do rim e do post-mão no entanto o seu emprego quando praticado em más condições de execução é pelo contrário pernicioso para esse desenvolvimento.

 - Em geral, os cavalos saem mais facilmente ao trote do recuar do que da paragem, por isso quando o recuar é fácil e correcto faz-se por diagonais associadas.

- No recuar correcto ou em equilíbrio, o cavalo recua por passadas amplas e nitidamente em diagonal, quando recua assim, a saída para diante não tem dificuldades.


 
TRABALHO EM DUAS PISTAS




- Trabalho de duas pistas, nos 3 andamentos, é o elemento básico da alta escola clássica.

- Os exercícios de duas pistas devem fazer parte integrante da ginástica hípica, contribuem para o aperfeiçoamento no sentido do equilíbrio.

 - A espádua a dentro, escreve La Gueriniere, é um movimento oblíquo e circular, mas a sua obliquidade é o elemento novo na progressão do ensino, ao passo que a encurvação ou curvatura é a consequência da ginástica prévia do cavalo sobre as curvas, de que a espádua a dentro é para La Gueriniere, inseparável.

- Desde que o cavalo no decorrer de qualquer trabalho, procura tomar um apoio exagerado sobre a mão, colocá-lo no movimento de “ espádua a dentro ” faz que fique ligeiro, porque a sua massa desloca-se de lado, isto é em sentido diferente da direcção do movimento, não podendo por isso utilizá-la para pesar sobre a mão, tornando-se por isso ligeiro.

- O trabalho de duas pistas a galope, desde que o cavalo o execute facilmente a passo e a trote, não tem dificuldade alguma, visto que naquele andamento o cavalo se desloca lateralmente sem necessidade de cruzar os membros, que é a única dificuldade do trabalho de duas pistas.

- As espáduas a dentro correctas devem considerar-se a base do ensino do cavalo.

- Os andamentos livres e estendidos, no trabalho de duas pistas, constituem uma insensatez, porque não permitem a flexão necessária para este trabalho, na espádua a dentro correcta, o movimento, em vez de ser livre e estendido, deve ser levantado em função do grau de concentração.

- A utilidade prática dos andamentos de lado é tão grande que se pode avaliar completamente o ensino de um cavalo segundo o seu grau de perfeição, a correcção da sua execução permite considerar como terminado o trabalho da baixa escola, porque exige uma obediência completa à mão e à perna e um grau de flexão e de concentração suficiente para colocar o cavalo em equilíbrio sobre as pernas.

- A espádua a dentro correcta é a base do ensino, dá às espáduas e ao mesmo tempo a todos os membros do cavalo liberdade, mas não é em consequência do movimento lateral é em consequência da flexão e da concentração que ela comporta obrigatoriamente.

- É necessário que a espádua a dentro constitua a lição inicial e fundamental não somente dos movimentos de duas pistas, mas em geral de todos os exercícios correctos de baixa e alta escola, por isso que é unicamente por ali que se estará seguro de obter, duma forma progressiva e perfeita, a flexão dos flancos e dos posteriores.

- A encurvação lateral sobre o círculo “ é a base de exercício da espádua a dentro ”.

- A espádua a dentro é não só o exercício de ginástica mais completo para obter a flexibilidade da espinha dorsal e dos posteriores, como o mais seguro processo de domínio sobre o cavalo.

- É na verdade com a espádua a dentro que se realiza o supremo grau de flexão dos flancos e da flexibilidade do posterior interno, sem prejuízo algum para a correcção do movimento para a frente.

- Entre os efeitos desse precioso exercício que é “ a espádua a dentro ”, deve considerar-se como principal a aproximação dos membros do lado em que o cavalo está curvando e que conduz à concentração (rassembler) e a flexão da sua espinha dorsal desenvolvendo a flexibilidade lateral do seu corpo.


 O SALTO



- Muito garanhões saltadores transmitem frequentemente aos seus filhos a aptidão para obstáculos.

- Sem dúvida alguma, consultando as listas dos ganhadores em obstáculos nos últimos anos, nós constatamos que entre eles, figuram em larga escala os cavalos anglo-árabe ou os que tenham essa ascendência.

- Entre os cavalos de concurso é frequente encontrar bastantes que correm loucamente sobre os obstáculos, o que é consequência duma preparação apressada e pouco cuidada e muitas vezes também dos animais começarem a fazer percursos antes do tempo.

- Para corrigir ou atenuar este defeito é necessário saltar obstáculos pequenos, sobretudo ao trote, parando entre cada obstáculo, não saltando senão quando o animal estiver calmo e equilibrado, sempre que ele procurar apoderar-se da mão é necessário parar diante do obstáculo, recuar, até que se acalme e se descontraia, habituar o cavalo entre dois obstáculos a aceitar demoras no andamento ou paragens progressivas sem exercer grandes brutalidades com a mão.

- Saltar em galope curto dá confiança ao cavalo novo, saltar em galope largo em cavalos novos e inexperientes, provoca-lhes uma grande excitação e nervosismo.

- Todo cavalo que cede à pressão, acaba por correr sobre os obstáculos com o tempo e com a prática, ter cavalos a querer engolir os obstáculos é fácil, o que é difícil é tê-los a saltar em galope curto.

- Não se deve entrar num concurso com um cavalo prematuramente preparado, se não está ainda em boas condições, não deve entrar, de contrário isso só serve para o prejudicar.

- O cavalo de obstáculos necessita possuir, em obstáculos complicados, um poder de apreciação e um sentimento da distância acima do vulgar, percursos que comportem muitos duplos e triplos exigem cavalos superiormente experientes, não basta ter um grande poder a saltar, é necessário possuir uma grande dose de calma e sangue-frio.

- Antes de entrar na pista, o cavalo de concurso, sobretudo quando é novo e excitável, tem de ser bastante aquecido, sobretudo com trabalho de obediência e de flexibilidade.

- Exactamente como os atletas humanos, os cavalos de concursos necessitam possuir uma grande flexibilidade é essencial dar-lhes um trabalho aturado para que se tornem compreensivos, obedientes e elásticos.

- Saltar a trote obriga o cavalo a levantar as espáduas e a fazer um movimento de báscula, ao mesmo tempo contribui para acalmar os animais ardentes e violentos.

- No ensino do cavalo de obstáculos, tem uma importância fundamental as extensões do pescoço, os alargamentos e encurtamentos de andamentos e o trabalho das voltas com a rédea contrária.

- O trabalho de picadeiro é indispensável ao cavalo de obstáculos, para lhe dar flexibilidade e submissão, mas só o trabalho sobre obstáculos fixos (em liberdade e à guia sobretudo) com todos os inconvenientes que comporta, lhe podem dar o respeito do obstáculo.

- É um axioma elementar afirmar-se que o cavalo salta melhor qualquer obstáculo sem ter nada sobre o seu dorso, do que quando suporta o peso do cavaleiro, mesmo que este seja um autêntico virtuoso do hipismo, por isso mesmo, há sempre conveniência em começar a instrução do cavalo destinado a concursos hípicos com saltos em liberdade ou à guia, sem o cavaleiro em cima.

- Ao cavalo de obstáculos não basta conhecer bem o mecanismo do salto é necessário adquirir as qualidades morais indispensáveis a todo o cavalo de concurso, a calma, a impulsão, a franqueza, o respeito ao obstáculo, desenvolvendo ao mesmo tempo a sua agilidade e a faculdade de dispor em todas as circunstâncias do seu peso e do seu cavaleiro.

- O ensino do cavalo não é mais do que fazer ginástica destinada a temperar a sua força, fortalecendo as suas articulações e as suas partes fracas, para assim obter uma perfeita harmonia no esforço, desenvolvendo as suas faculdades morais de forma a obter com prontidão e ligeireza uma obediência absoluta às menores indicações do cavaleiro.

- É a repetição dos esforços insignificantes, mas múltiplos, que se muscula o cavalo e se cria os reflexos úteis, únicos e capazes da instantaneidade e por consequência da destreza.

- Nos concursos hípicos, as dificuldades acumuladas desde o início até ao fim das provas obrigam o cavalo a estar constantemente em equilíbrio, para realizar verdadeiras acrobacias, que impõem ao cavaleiro uma suprema tensão de espírito e de músculos, exigindo tenacidade, espírito de decisão e saber.

- A prática dos obstáculos exige não somente um equilíbrio permanente em todos os andamentos, mas um grande poder sobre os obstáculos, indispensável para afirmar as boas qualidades do cavalo de desporto.

- O jogo do balanceiro cervical tem uma importância capital.

- A dureza da mão do cavaleiro provoca sempre uma rigidez geral, a utilização das embocaduras violentas ou sistemas de rédeas muito severas, bem como intervenções brutais da mão do cavaleiro, prejudicam os gestos do balanceiro, contrariam os seus movimentos de extensão e provocam psiquicamente a criação de reflexos instintivos do cavalo para se servir do pescoço.

- Sobretudo quando o cavalo aborda um obstáculo na passada justa ou óptima, se o gesto de extensão do pescoço não é nele um reflexo instantâneo, o salto é sem dúvida prejudicado gravemente.

- O objectivo fundamental do ensino do salto de obstáculos é conseguir do cavalo montado o equilíbrio do cavalo em liberdade, o exercício de saltar em terreno acidentado pequenos obstáculos dá magníficos resultados.

- Os cavalos não nasceram acrobatas nem contorcionistas, se alguns chegam a ser saltadores magníficos e outros a executar brilhantes exercícios de equitação de fantasia, nem todos podem atingir essa craveira, por falta de qualidades naturais, assim como nem todos os homens podem ser poetas, doutores, músicos ou campeões olímpicos, há cavalos muito bem conformados sem qualquer aptidão para saltar, como há alguns de conformação pouco perfeita que se saem maravilhosamente bem de todas as dificuldades.

- No princípio do ensino dos cavalos destinados a concursos, deve o início ser sobre obstáculos fáceis e com anteparas, de modo a evitar recusas, ou negas, causas sempre de desordens e de lutas, no princípio é sempre conveniente com cavalos novos mostrar-lhes primeiro os obstáculos.

- A teoria de saltar regularmente obstáculos grandes é má e fatiga os cavalos e não lhes ensina nada, uma vez por outra sim, para se habituarem a ver um obstáculo maior e não se impressionarem quando lhes aparecer um no percurso é conveniente saltarem de longe a longe um obstáculo de 1,50m a 1,60m.

- A primeira qualidade de um cavalo de obstáculos é a franqueza, por isso o melhor é nunca lhe dar ocasiões para fazer fintas ou recusas, há pois vantagem nos primeiros tempos só saltar obstáculos com anteparas e também mostrar-lhes os obstáculos antes de saltar.

- Os fossos e valas de treino devem ser pequenos, não devem ser largos nem ter grande profundidade.

- É impossível empurrar bem um cavalo com as pernas tendo o assento levantado do selim e o corpo muito inclinado para diante, o cavaleiro deve abordar o obstáculo com o corpo apenas ligeiramente inclinado para a frente, para poder empregar as suas pernas.

- A maior parte dos cavalos que se param, fazem-no com medo do obstáculo, tanto assim que em geral são limpos e não querem tocar, vendo-se em dificuldades, o cavalo prefere parar, a primeira coisa a fazer é não abordar o salto em desequilíbrio, demorando ao abordar o obstáculo, mantendo as pernas e impulsão e dando às mãos um apoio fixo.

- Cada cavalo tem uma velocidade normal acima da qual ele se desequilibra.



CAVALO DIREITO




- Exactamente como sucede com os homens, há cavalos direitos e cavalos esquerdos, isto quer dizer que alguns animais tem a sua coluna vertebral com uma inflexão para a esquerda e outros com essa inflexão para a direita é normalmente, um defeito congénito.

- No entanto, convém saber que entre os cavalos predominam os esquerdos, como entre os homens predominam os direitos.

- A posição rigorosamente direita é indispensável para que os movimentos sejam igualmente fáceis para os dois lados, para que a impulsão seja igualmente repartida pelos dois posteriores, para que o peso da massa seja igualmente distribuído e para que o jogo recíproco das espáduas e ancas seja harmónico.

- A curvatura da coluna vertebral tem por efeito sobrecarregar uma espádua e fazer descair a garupa para o lado contrário, esta disposição da espinha favorece as resistências do cavalo e acção das ajudas do cavaleiro.

- Se na equitação corrente ou utilitária, uma pequena desigualdade não tem importância maior, na equitação académica ou de escola esse defeito assume um aspecto grave, porque prejudica imensamente a simetria dos andamentos naturais, pois esta só é possível quando o cavalo está rigorosamente direito.

- Pode-se no entanto, afirmar que ter um cavalo rigorosamente direito é uma das maiores dificuldades da equitação.

- O caso mais frequente é o cavalo estar encurvando para a esquerda, isto é com a cabeça e a garupa para a esquerda e as espáduas descaindo para a direita, um animal nestas condições volta facilmente para a direita, resiste à perna esquerda e à rédea direita de oposição.

- Para o corrigir, convém insistir com o trabalho de espádua a dentro para a direita, trabalho este que coloca a cabeça do cavalo para a direita, obriga as espáduas a descaírem para a esquerda, elevando a garupa para a direita, isto é coloca o cavalo numa curvatura contrária à que apresenta normalmente.

- A correcção dos defeitos de encurvação deve ser feita com o emprego da acção das rédeas, procurando obter a translação do peso de uma para a outra espádua, a acção das pernas deve ser apenas para manter a impulsão e levar o animal francamente sobre a mão.

- O cavaleiro deve evitar o mais possível a intervenção das pernas para endireitar o cavalo, só deve empregar a sua acção simétrica para conservar a impulsão.

 
LEMBRETES EQUESTRES




- Deve-se distinguir a impulsão da propulsão, a impulsão é a essência do movimento é o influxo nervoso a energia que acciona a máquina animal, a propulsão é o movimento para a frente produzido por esta energia.

- Dá muito trabalho e leva bastante tempo ensinar bem um cavalo, tanto para simples passeios, como para concursos hípicos ou alta escola, escangalhá-lo é extremamente fácil, basta por vezes 5 minutos de mau trabalho para o desafinar completa e definitivamente.

- O trabalho de picadeiro não constitui um fim em si próprio é apenas um meio de que nos servimos para preparar o cavalo para a sua melhor aplicação prática.

- Os cavaleiros velhos e experimentados os verdadeiros cavaleiros, preferem trabalhar na solidão, sem público que os possa arrastar com os seus aplausos e incitamentos, exigindo dos seus cavalos coisas que não devem nem querem fazer.

- Escolher cavalos apenas pelo seu modelo é um autêntico disparate, as teorias sobre conformação são verdadeiramente enganadoras, há cavalos muito bem conformados teoricamente e que na prática são inaptos para obstáculos ou para trabalhos de escola, outros pelo contrário, com imperfeições de conformação saem-se maravilhosamente bem em todas as dificuldades, com os homens acontece exactamente a mesma coisa.

- A boca do cavalo é um agente de transmissão das ordens do cavaleiro, quando a boca está contraída, não é possível ter grande acção sobre a massa do cavalo.

- Em equitação, fixidez não significa imobilidade, significa apenas ausência de movimentos inúteis e involuntários.

- Quaisquer que sejam as resistências e o centro delas é pela contracção do maxilar que elas se manifestam, a boca do cavalo é sempre o centro delas.

 - É preferível dar duas lições por dia de trinta a trinta e cinco minutos a dar uma de uma hora, os progressos são mais rápidos e o cavalo trabalha mais alegremente.

 - Ter um cavalo verdadeiramente direito constitui uma das maiores dificuldades da equitação.

- O cavalo é fisicamente muito mais forte do que o homem e numa luta de tracção sai sempre vencedor, se o cavalo se apoia fortemente na mão, não é exercendo tracção para a retaguarda com as rédeas que se o domina, o que é preciso é saber engana-lo através do contacto.

- Todos os problemas físicos do cavalo reconhecem-se mais facilmente a trote do que a galope, pois como o trote é um andamento com os movimentos simétricos, encontramos melhor as desigualdades.

- A imobilidade e o repouso excessivo são tão prejudiciais para a saúde e rendimento do cavalo como o trabalho exagerado.

- Sem boas pernas não há bons cavaleiros, mas sem boa mão não há cavaleiro.


- Em equitação, como em todas as artes, há indivíduos que nascem dotados de uma habilidade rara e com uma intuição maravilhosa, com a prática se tiverem pouca cultura, tornam-se virtuosos.