A Árvore do Ensino do Cavalo




Coronel Kurd Albrecht Von Ziegner


Arvore do ensino do cavalo constituída por dez elementos

·       Contacto – Aceitação da embocadura ( 1º Ano de Ensino )
·       Elasticidade – Flexibilidade  ( 1º Ano de Ensino )
·       Ajudas – Resposta às instruções  ( 1º Ano de Ensino )
·       Equilíbrio – Distribuição do peso  ( 1º Ano de Ensino )
·       Liberdade – Facilidade natural  ( 1º Ano de Ensino )
·       Rectitude – Sem estar torcido  ( 2º Ano de Ensino )
·       Regularidade – Correcção dos andamentos  ( 2º Ano de Ensino )
·       Flexibilidade – Ausência de tensão  ( 2º Ano de Ensino )
·       Reunião – Estado de concentração  ( 2º Ano de Ensino )
·       Impulsão – Potência  ( 2º Ano de Ensino )

Fase A
·       Relaxamento – Regularidade – Liberdade – Contacto

Fase B
·       Contacto – Ajudas – Rectitude – Equilíbrio

Fase C
·       Equilíbrio – Flexibilidade – Impulsão – Reunião

Fases de educação do cavalo

Fase A – O cavalo habitua-se a levar peso do cavaleiro em cima do dorso e a cooperar com ele.

Fase B – Desenvolvimento da musculatura, articulações, tendões.

Fase C – Desenvolvimento de uma atitude e colocação natural, execução dos movimentos com ligeireza e facilidade.

Relaxamento – Cavalo livre, tranquilo, confiante.
Regularidade – Permanência de ritmo e de tempo.
Liberdade – Solta as zonas rígidas aumentando o desejo de ir para a frente.
Contacto – Aceitação da mão do cavaleiro criando conexão.
Ajudas – Faz o cavalo estar atento criando submissão e obediência.
Rectitude – Cria flexibilidade lateral e potência propulsora.
Equilíbrio – Cria ligeireza, colocação natural e facilidade.
Flexibilidade – Maleabilidade, circulação de energia e flexibilidade.
Impulsão – Actividade de impulsão.
Reunião – Elevação, cadência, suspensão e brilho

Relaxamento – Cavalo relaxado movimenta-se com tranquilidade para diante sem medo, atento ao cavaleiro sem qualquer tentativa de acelerar ou escapar.

Cavalo relaxado
·       Não mostra tensão
·       Tem regularidade nos andamentos
·       Respiração normal
·       Pescoço numa posição estendida
·       Dorso flexível

Obter o relaxamento
·       Trabalho de guia
·       Trabalho sobre cavaletes
·       Salto em liberdade

Regularidade – Refere-se à correcção do andamento, deve ser regular, uniforme e constante, sendo puro e franco.

Aspectos relacionados com a regularidade dos ares do movimento do cavalo
·       Batida
·       Amplitude
·       Tranco
·       Ritmo
·       Tempo
·       Velocidade

Liberdade – Desejo do cavalo ir para diante, facilidade dos movimentos.

Contacto – Aceitar a embocadura de forma a permitir comunicar entre o cavaleiro e o cavalo.

O contacto deve ser :
·       Igual em ambas as mãos.
·       Qualidade do contacto melhora com a rectitude.

Consequências de um mau contacto :
·       A frente da mão.
·       Atrás da mão.
·       Lutar com a mão.
·       Sacudindo a cabeça.
·       Apoiando-se nas rédeas.
·       Abrindo a boca.
·       Torcendo o pescoço.
·       Aceita só uma rédea.
·       Ranger os dentes.
·       Retraindo a língua.
·       Tirando a língua fora de um lado.
·       Colocando a língua por cima da embocadura

As Ajudas – As ajudas efectivas são aquelas que se utilizam em sincronização com os movimentos do cavalo, vai ser a capacidade do cavaleiro sentir o movimento e aplicar as ajudas principalmente com o «assento» as «pernas» e as «rédeas» de forma imperceptível e coordenada, chamando-se a isso «tacto equestre».

O assento funciona como o transmissor entre as pernas que pedem e as mãos que recebem.

O assento deve ser :
·       Equilibrado.
·       Dinâmico.
·       Sem rigidez.
·       Sem tensão.

O assento permite ao cavaleiro :
·       Unir-se ao cavalo.
·       Sentir e acompanhar as ondas do dorso.

As pernas – O cavalo deve responder instantaneamente e generosamente às ajudas das pernas.

O cavalo deve aceitar as pernas antes de aceitar a embocadura

As ajudas das pernas devem ser :
·       Imperceptíveis

As pernas actuam :
·       Junto à cilha
·       Um pouco atrás da cilha
·       Atrás da cilha

As mãos – O cavalo está na mão quando aceita um contacto suave e tranquilo com um pescoço estendido e com uma flexão longitudinal ou lateral.

Cavalo bem equilibrado não necessita de se apoiar nas rédeas

Rectitude – O cavalo por tendência natural não se desloca recto, através do ensino com cooperação das pernas e mãos coordenadas pelo assento vamos poder sentir a conexão que existe entre os quartos traseiros e a boca do cavalo e assim aproximar-mos da rectitude.

O equilíbrio e a reunião não se conseguem alcançar se o cavalo não está direito

Equilíbrio – Existe quando o cavalo e o cavaleiro estão bem equilibrados, em que o peso e a potência propulsora são iguais em ambos os lados e existe um centro de gravidade comum em todo o momento.

Equilíbrios
·       Lateral
·       Longitudinal

Flexibilidade – Vai ser a maleabilidade que reflecte a habilidade que existe de ajustar a posição do conjunto cavalo cavaleiro, sem afectar a fluidez do movimento ou do equilíbrio.

Impulsão – Demonstra a elasticidade e a vontade do cavalo manter um equilíbrio natural e suave nos seus andamentos.

A impulsão está directamente ligada à suspensão dos andamentos do cavalo

Reunião – Com o desenvolvimento e fortalecimento do cavalo o seu centro de gravidade vai se deslocando para o post-mão elevando-se o terço anterior e o peso distribui-se melhor por todas as extremidades, a partir deste momento o cavalo está pronto para começar a reunião, a capacidade de reunião vai variar conforme a conformação física e temperamento do cavalo.

Boa reunião deve ter :
·       Precisão.
·       Ligeireza.
·       Elegância.

Cavalo está pronto para a reunião quando :
·       Aceita bem as ajudas.
·       Está recto e equilibrado.
·       Flexível.
·       Impulsionado.

Depois de o cavalo ter estado em reunião deve-se deixa-lo esticar e baixar o pescoço e a cabeça para relaxar o dorso.

Reflexões sobre as figuras
·       Respeitar as letras do picadeiro na execução das figuras.
·       Diagonais devem ser linhas rectas.
·       Círculos perfeitamente redondos.
·       Serpentinas simétricas.
·       Utilizar as letras para iniciar exercícios.

Através dos exercícios e também respeitando sempre as figuras encontramos os pontos de :
·       Tensão.
·       Rigidez.
·       Desobediência.
·       Aceitar as ajudas.

Fechar os círculos em função do ensino do cavalo

Reflexão sobre os movimentos

O relaxamento a regularidade a liberdade e o contacto devem ter sempre prioridade.

Fases do treino básico

A.  
O cavalo habitua-se ao peso do cavaleiro

B. 
O cavalo desenvolve a capacidade de ir para diante

C.
O cavalo desenvolve o equilíbrio natural e a ligeireza


FASE A

  • Passo livre, trote, galope em linhas rectas com rédeas largas
  • Objectivo
  • Acostumar o cavalo ao peso do cavaleiro

  • Círculos de grande diâmetro, fazendo linhas curvas a trote, mudanças de mão com flexão lateral apropriada
  • Objectivo
  • Fortalecer a musculatura do dorso

  • Descida de cabeça e de pescoço ensinando o cavalo a levar o nariz até ao solo
  • Objectivo
  • O cavalo deve aprender a utilizar o dorso e a ceder, movimento oscilante e relaxado

  • Barras no solo, cavaletes, passeios no exterior
  • Objectivo
  • Desenvolver o relaxamento assim como a regularidade e a liberdade em todos os ares

  • Cedências à perna, deslocamentos de garupa a passo, transições a passo, trote e galope
  • Objectivo
  • Ensinar ao cavalo o significado das ajudas e tentar encontrar o contacto com a mão do cavaleiro

  • Sempre trote levantado, trote sentado somente se o cavalo ceder o dorso
  • Objectivo
  • Confirmação da confiança e da relação entre o cavalo e o cavaleiro

FASE B


  • Alargamento do passo, trote e galope, meias paragens e transições.
  • Objectivo
  • Confirmar sempre o relaxamento a regularidade a liberdade e o contacto.


  • Círculos, oitos e serpentinas, definição das figuras com flexões apropriadas.
  • Objectivo
  • Confirmar o contacto

  • Cedência à perna a trote, deslocamentos da garupa na paragem e em movimento, espádua a dentro, mudanças de mão simples, no galope passando pelo trote.
  • Objectivo
  • Verificar se o cavalo se torna cada vez mais submisso e mais nas ajudas, confirmar o aumento da rectitude e do equilíbrio e da impulsão



  • Rotações sobre os posteriores
  • Aumentar e diminuir o raio do círculo e das linhas curvas a galope.
  • Transições do galope ao passo e recuar.
  •  Saltos em liberdade e primeiros saltos com o cavaleiro
  • Objectivo
  • Cavalo deve começar a desenhar uma colocação.


FASE C


·       Trote e galope médio e reunido.
·       Melhorar as meias paragens e as paragens quadradas.
·       Círculos a trote e a galope.
·       Flexões apropriadas.
·       Galope invertido, transições.
·       Espádua a dentro.
·       Meias piruetas e rotações sobre os posteriores a passo.
·       Mudança de pé simples e a galope passando pelo passo.
·       Trabalho sobre os cavaletes, saltos baixos.

    Objectivo

  • Confirmar o contacto com as diversas ajudas, assim como a rectitude e o equilíbrio.
  • Maior elevação e equilíbrio natural com ligeireza e com flexibilização lateral e precisão.
  • Trabalho de flexibilidade.
  • Trabalho de impulsão.
  • Trabalho de reunião.
  • Desenvolver a colocação do cavalo e especializar o treino do cavalo em função das suas aptidões.

As Transições – Para executar as transições o cavalo deve estar relaxado, regular e cobrindo terreno, a qualidade das transições dependem também da sincronização e aplicação das ajudas. 

As transições podem ser dentro do mesmo ar ou então de uns ares para os outros, para alargar e diminuir as passadas o mais importante é a actividade das ancas, as meias paragens ajudam o cavalo a meter mais energia para debaixo da massa, especialmente na diminuição da passada.
As pernas do cavaleiro cooperam com as pernas do cavalo, a perna direita com o posterior direito e a perna esquerda com o posterior esquerdo.

O sinal de cada perna deve ser no momento em que o posterior está pronto para empurrar o cavalo para diante.

O melhor exercício para aprender a sincronizar as ajudas é a cedência à perna, em todas as transições a pureza do ritmo e a regularidade dos ares são prioritários, as ajudas nas transições devem ser imperceptíveis.

Movimentos laterais 

Os movimentos laterais têm um grande benefício físico e de obediência e fomentam principalmente as seguintes aptidões :

·       Elasticidade
·       Impulsão
·       Reunião

Cedência à perna
Espádua a dentro
Cabeça ao muro ( travers )
Garupa ao muro ( renvers )

Mudanças de pé a galope

Na mudança de pé a galope a mudança correcta ocorre numa única fase que é o momento de suspensão.

Será quanto melhor e mais expressiva a mudança de pé a galope quanto :

·       Mais largo seja o tempo de suspensão.
·       Mais redondo.

Estando num galope correcto, o cavalo recto e bem equilibrado é capaz de mudar de pé sem esforço.

As mudanças de pé simples ( galope esquerda – dois a três passadas a passo – galope à direita ) são um bom meio para iniciar as mudanças de pé a galope, tento em especial atenção na rectitude no equilíbrio e na sincronização. 






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