Alexis l'Hotte
Nasceu
em Lunéville em 25 Março de 1825, filho de um oficial de cavalaria, Alexis
l'Hotte cresceu “ dentro do odor dos cavalo ”até aos seus 15 anos de idade, ele
passou a maior parte do tempo com o comandante Dupuis, cavaleiro da escola de
Versailles, entrou para a escola de cavalaria de Saumur aos dezassete anos,
como oficial de cavalaria, ficando sob as ordens do comandante Delherm de
Novital e trabalhando com o comandante Rousselet, tendo sido depois destacado e
encarregue de diversas missões de manutenção da ordem, foi então que tomou
consciência do afastamento que existe entre a equitação do conhecimento e a
equitação de campanha, foi o primeiro a recomendar a prática do trote levantado
( trote à inglesa ) para os cavaleiros de fileira.
Mais
tarde Regressou a Saumur, onde encontra o conde d’Aure que era cavaleiro chefe
de Saumur à mais de um ano, mais tarde chamado a reprimir a revolta de Canuts,
ele é enviado para Lyon, onde vai encontrar por sorte François Baucher, vindo a
ser seu aluno e amigo, começou então com a síntese entre as duas escolas
rivais, concluindo que o método Baucherista não se podia adaptar a uma
equitação militar.
Regressa
a Saumur como tenente de instrução em 1850 tendo os seus termos ficado como uma
recordação inesquecível, depois foi promovido a capitão instrutor em Lille,
onde montava cerca de 12 cavalos por dia, chegando a ficar em cima dos cavalos
13 a 14 horas por dia.
Nomeado
como comandante da secção de cavalaria de Saint-Cyr, ele é observado e notado
pelo imperador Napoléon III o que lhe vai proporcionar em 1864 a sua nomeação
para o posto de cavaleiro chefe de Saumur.
A sua
primeira decisão foi banir o trabalho de alta escola ficando este somente
destinado a cavalos de cariz “ pessoal ”.
Uma
aparente infidelidade a Baucher mostra que ele deve ter sido o primeiro a
compreender a unidade fundamental da equitação, com os seus diversos meios “A
equitação d'Aure é simples, prática, facilmente transmissível, mas os seus
horizontes são demarcados, a equitação de Baucher é artística, apresenta
perspectivas mais extensas mas ela tem os seus obstáculos...ela não é acessível
a todo mundo, a Corynthe…a poesia da equitação (falando de Baucher)...formar
bons prosadores (A propósito de d'Aure)”
Participou
no picadeiro de Saumur no primeiro concurso da Sociedade Hípica Francesa de
Paris no ano de 1866 onde alcançou um verdadeiro triunfo, durante seis anos
fica em Saumur como cavaleiro chefe, ele é verdadeiramente adorado pelos seus
alunos, mesmo aqueles que o reprovam o facto de ser avarento nos seus conselhos
e ensino, o que lhe vai dar o sobre nome de « sublime mudo ».
Efectivamente
na sua obra ele mostra as suas qualidades de pedagogo, mesmo sendo ele um
silencioso observador, em 1870, o picadeiro de Saumur é dissolvido e l'Hotte,
promovido Coronel e transferido para Paris.
Vai
continuar a fazer regulares visitas a Baucher que se encontra doente, participa
em algumas batalhas sangrentas e por fim consegue impor o trote levantado nas
escolas militares de equitação.
Regressa
pela quarta vez a Saumur, agora como general comandante da escola de Saumur,
vai terminar a sua carreira militar coberto de honras militares,
inspector-geral de cavalaria, presidente do conselho de cavalaria até se
reformar em 1880.
Montando
todas as manhãs os seus três cavalos até aos seus 77 anos, redige as obras “ Un
officier de cavalerie ”, onde ele faz o retrato dos grandes cavaleiros do seu
tempo e principalmente na obra “ Questions Equestres ” que é síntese do
ensinamento dos grandes rivais da época, tendo sido aluno de um e amigo de
outro, junta no livro também a sua imensa experiência equestre.
Estes
dois livros somente aparecem em 1905 e 1906, após a sua morte a 3 Fevereiro de
1904, em Lunéville, no seu testamento, ele ordena « eu quero evitar a
decadência dos meus três cavalos, Glorieux, Domfront et Insensé. Que sejam
imediatamente abatidos com uma bala de revolver ».
Decisão cruel e de grande orgulho, ou a sincera vontade de um apaixonado dos cavalos, preocupado em evitar uma má sorte aos seus companheiros.
Decisão cruel e de grande orgulho, ou a sincera vontade de um apaixonado dos cavalos, preocupado em evitar uma má sorte aos seus companheiros.
Algumas
citações
« Calmo,
para a frente e direito. »
« É na
ligeireza que repousa a equitação do conhecimento. »
« A
verdadeira ligeireza é ter o cavalo ligeiro nas pernas assim como na mão. »
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