Frederico Grisone
Frederico
Grisone, cavaleiro da academia de Nápoles, publicou em 1550, em italiano a obra
“ Gli Ordini di Cavalcare ”, que foi um tratado de equitação que obteve um
sucesso prodigioso tendo por isso sido feitas inúmeras reedições e traduções.
Encontramos
na sua obra, princípios muito diferentes e que até por vezes dão a ideia de
serem contraditórios.
Frederico
Grisone concilia no cavalo uma inteligência capaz de desenvolver raciocínios
assim como também, uma vontade e sentido de reflexão.
Atribui
as resistências do cavalo à sua má vontade, nesse pressuposto cada fase do
ensino do cavalo deve ser iniciada com a maior suavidade, com muita paciência e
evolução progressiva, no entanto se o cavalo resiste ou se defende mais tempo
que o previsto, Grisone não aceita a má compreensão do cavalo, dizendo que o
cavalo está “ lascivo, obstinado, furioso, maldoso... ”, então para isso ele
preconiza castigos de uma extrema violência sendo de tal forma violentos que se
tornam pitorescos, conforme se pode ver nas gravuras da época.
Para
Grisone que começou pela iniciação da progressão do ensino do cavalo, ele
conserva no entanto a força e o castigo como meio de atingir os fins
pretendidos no ensino do cavalo, se Grisone era muito suave com os cavalos
obedientes, ele punia com extrema ferocidade sem qualquer tipo de disfarce os
cavalos com mais complicados e difíceis, dizendo que eram cavalos do tipo “
vagabundos, patifes ” cavalos indomáveis “ Se o cavalo, ou por medo ou por obstinação,
etc.. não quer se aproximar do cavaleiro para se deixar encaminhar, então vamos
dar-lhe uma pancada com a vara entre as orelhas e sobre a cabeça, tendo atenção
aos olhos, mas sobre todas as partes do corpo onde ele está a menos …., etc. ”
A escola Italiana antecede e prefigura amplamente a escola Francesa e as suas
futuras formulas “ é preciso que o corpo do cavaleiro esteja justo ao cavalo,
para assim ele poder responder às ordens do cavaleiro ” e também dizia que “
devemos cavalgar e permanecer em cima do cavalo longo tempo e com grande
coragem, sem ter receio dele, mas ambos tendo uma vontade comum ”.
A voz para os
mestres de equitação Italianos será um trunfo importante na influência do
cavalo, Grisone para encorajar o cavalo dizia " Hap ! Hap !" ou
"Hep ! Hep ! " e quando ele queria fazer o cavalo saltar ou avançar
ou atirar lançando-se dizia " Hop ! Hop ! " e se o cavalo resistia,
ele dava um grito violento, com uma voz terrível, conforme as atitudes do
cavalo dizia frases ou sons mais ou menos divertidos " li, ou lá ! Ha, ha
traidor ! Ha arisco ! volta, volta, para ! volta aqui, volta lá !" entre
outras frases do tipo de interjeições.
Grisone
continua, a sua explicação dizendo “ Mas também quando o cavalo é vencido e se
torna obediente é preciso imediatamente darmos-lhe o prazer de o acariciar no
pescoço, dizendo em voz baixa, ho, ho, ho, ho ! ”
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